quinta-feira, 16 de julho de 2009

Momento Econômico da Bahia

MOMENTO ECONÔMICO
Nem “marolinha” nem “ tsunami”, a crise econômica mundial chegou ao Brasil e a nossa Bahia, porém os seus efeitos não foram fraquinhos, nem tão pouco devastadores. O comércio varejista do estado da Bahia no mês de maio/09 (ainda não saiu os dados de junho/09) apresentou expansão de 6,9% no Volume de Vendas em relação à igual período do ano passado.
Desde o último trimestre de 2008 o comércio varejista do estado da Bahia começou a registrar desaquecimento das vendas. Neste ano, os dados apurados pela PMC, até maio, apesar de positivos vêm apresentando crescimento num ritmo mais lento se comparados com os obtidos no mesmo período de 2008. Razão pela qual, a variação acumulada nos cinco primeiros meses deste ano situou-se em 4,3%, muito inferior à taxa de 8,8% apresentada no mesmo período do ano passado. Nos últimos 12 meses, o varejo acumulou aumento de 6,0%, quando comparado com igual período do ano anterior, o que demonstra uma franca recuperação.
Os resultados obtidos de janeiro a maio demonstraram que, as principais contribuições positivas registradas pelo setor vieram dos ramos, cujas vendas são influenciadas pela renda dos consumidores, como: Outros artigos de uso pessoal e doméstico, Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, Livros, jornais, revistas e papelaria e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos de perfumaria e cosméticos. Por outro lado, nesse período, os segmentos que dependem, essencialmente, de crédito, como: Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação e Móveis e eletrodomésticos foram os principais responsáveis pelas contribuições negativas na formação do indicador do Volume de Vendas.
Dos oito segmentos que compõem o Volume de Vendas do comercio varejista da bahia, à exceção do de Equipamentos e materiais para escritório informática e comunicação que, pelo sétimo mês consecutivo, apresentou queda nas vendas (-30,8%), os demais ramos de atividade registraram variações positivas. Os principais destaques na formação desse indicador couberam aos ramos de Outros artigos de uso pessoal e domésticos (36,2%) e Tecidos, vestuário e calçados (16,4%), seguidos de Combustíveis e lubrificantes (8,9%), Livros, jornais, revistas e papelaria (8,5%), Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (5,2%), enquanto que no subgrupo de Hipermercados e supermercados a taxa foi de (4,4%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (4,3%) e Móveis e eletrodomésticos (1,0%).
Nos ramos que não integram o indicador do varejo: Veículos, motocicletas, partes e peças, as vendas aumentaram (4,1%) e o de Material de Construção permaneceu registrando queda nas vendas (9,5%). Esses dois ramos, juntamente com o de móveis e eletrodomésticos, foram beneficiados com a redução do IPI, o setor automotivo é que vem apresentando melhor desempenho, a expectativa é que o setor de materiais de construção reaja bem agora no segundo semestre, uma vez que sazonalmente esse já é o melhor período para o setor, e esse ano, com o programa “minha casa, minha vida” a tendência é de retomada. Com a diminuição da taxa “Selic” de juros de 13,75% para 9,25%, a tendência é de uma retomada no crédito direto ao consumidor, elevando assim, o patamar de compras para produtos da chamada “linha branca” e materiais de construção.
Segundo dados da Serasa, o número de cheques sem fundo bateu recorde histórico no país até o mês de maio-09. Os cheques sem fundos assinalaram 25,2 devoluções de cheques a cada mil compensações, a maior já registrada desde 1991. Os cheques (voadores) porém não são o maior vilão da inadimplência, perdem para as dívidas com cartões de crédito e parcelas de empréstimos não pagas a financeiras.
A crise existe, veio forte, porém as medidas do governo (redução de juros, programa habitacional, redução de IPI), os dissídios coletivos, e o próprio “otimismo” dos empresários e consumidores tem atenuados os sues efeitos. Seguramente teremos um segundo semestre mais lucrativo, principalmente para aqueles que ao invés de ficarem chorando, arregaçarem as mangas e partir para vender lenço. Na vida e no comércio é sempre assim, há os que sonham e há os que ficam acordados e os realizam.

Fonte:
SUPERINTENDÊNCIA DE ESTUDOS ECONÔMICOS E SOCIAIS DA BAHIA.
Salvador: SEI, 2009.

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