quarta-feira, 25 de novembro de 2009

MOMENTO ECONÔMICO SETEMBRO E OUTUBRO/09

Como previsto no artigo anterior em setembro, o Volume de Vendas do comércio varejista do estado da Bahia apresentou crescimento de 7,0% em relação ao mesmo mês de 2008, de acordo com a Pesquisa Mensal de Comércio - (PMC) realizada, em âmbito nacional, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE e divulgada, em parceria, pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia – SEI.
Em comparação com o mês de agosto de 2009, houve incremento de 1,4%. Neste ano, setembro foi o nono mês consecutivo em que o comércio baiano apresentou resultado positivo. A taxa apurada nesse mês deixa evidente que os reflexos da crise econômica internacional foram superados.
Desde os primeiros meses do segundo trimestre deste ano, o comercio varejista do estado da Bahia vem registrando taxas de crescimento expressivas, no acumulado de janeiro a setembro de 2009 a expansão é de 5,5% no Volume de Vendas. Esse resultado teve como base comparativa igual período de 2008 e, nos últimos 12 meses (out/08 a set/09), o varejo baiano expandiu-se (5,9%).
O comércio varejista da Bahia vem apresentando desempenho satisfatório, alicerçado principalmente no aumento do crédito para financiamento, nas medidas de incentivo ao consumo adotadas pelo governo federal e na criação de postos de trabalho no estado. Em setembro, os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) demonstraram que a geração de emprego com carteira assinada no estado da Bahia foi recorde para esse mês (10.765), considerada duas vezes superior à registrada em igual período de 2008.
Em setembro, dos oito ramos de atividade que compõem o indicador do varejo, cinco apresentaram variações positivas. Os segmentos de Outros artigos de uso pessoal e doméstico e Hipermercados, supermercados, produtos, alimentícios, bebidas e fumo permaneceram registrando as mais significativas contribuições no Volume de Vendas. Dentre os fatores que vêm impulsionando os negócios nesses segmentos, destaca-se:
a) A melhoria do poder de compra da população, principalmente da camada de baixa renda;
b) A queda ou estabilização de preços dos alimentos;

Os dados da Pesquisa Mensal de Comércio - PMC, em setembro de 2009, confrontados com igual mês de 2008, demonstraram que, mais uma vez, os principais aumentos no Volume de Vendas couberam aos segmentos de Outros artigos de uso pessoal e doméstico 37,1%, Hipermercados,supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo 10,3%, Artigos farmacêuticos, médicos,ortopédicos, de perfumaria e cosméticos 7,9% e Móveis e eletrodomésticos 5,7%.
Após oito meses seguidos, neste ano, apresentando variações negativas, em setembro, a pesquisa apurou crescimento de 2,4% nas vendas do ramo de Equipamentos e materiais para escritório informática e comunicação. Por outro lado, o segmento de Tecidos, vestuário e calçados manteve variação negativa (-1,5%). Desde janeiro de 2009 que esse ramo vem revelando constantes resultados negativos.Por sua vez, o segmento de Livros, jornais, revistas e papelaria que por longo período vinha apresentando expressivas taxas de expansão nas vendas, em setembro, registrou recuo de -12,2%. Mas, no acumulado do período, janeiro-setembro, a taxa situou-se em 13,9%. Também, o ramo de Combustíveis e lubrificantes apresentou queda (-1,9%). Nos segmentos que não compõem o indicador do varejo, os resultados foram os seguintes:
expansão de 25,7% nas vendas de Veículos, motocicletas, partes e peças, enquanto que às de Material de Construção mantiveram desempenho negativo (-6,7%).
Os resultados apurados para os oito segmentos varejistas que compõem o indicador
do varejo no estado da Bahia encontram-se abaixo:
Variação no Volume de Vendas no Varejo - BAHIA 2009
Classes e gêneros 1*semestre Jan a Set/09
Comércio Varejista 4,6 5,5
Combustíveis e Lubrificantes 0,9 1,1
Hipermercados, Supermercados, produtos Alimentícios, Bebidas e Fumo 7,1 8,3
Hipermercados e Supermercados 5,9 7,2
Tecidos, Vestuário e Calçados -3,8 -3,0
Móveis e Eletrodomésticos -1,3 0,4
Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos 7 8,5
Livros, jornais, revistas e papelaria 10,1 13,9
Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação -26,6 -24,6
Outros artigos de uso pessoal e doméstico 38,3 37,5
Veículos, Motos e Peças 5,3 7,6
Materiais de construção -10,2 -6,7
Fonte: IBGE/PMC
A rigor, com exceção do ramo Outros artigos de uso pessoal e doméstico que apresentou um pequeno recuo na comparação do acumulado até o primeiro semestre/09 (janeiro a junho), com o acumulado de janeiro a setembro/09, todos os outros segmentos do comércio varejista baiano apresentaram melhora nos indicadores. Isso demonstra que os meses de julho, agosto e setembro foram extremamente favoráveis para os segmentos.
Mesmo os setores que vinham acumulando quedas acentuadas (Tecidos, Vestuário e Calçados, Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, Materiais de construção) tiveram reduções de perdas, com destaque para o setor de Móveis e Eletrodomésticos que consegui reverter perdas acumuladas de -1,3%, para crescimento de 0,4%, (pouco, mas já demonstra a tendência de alta dos próximos meses). Esse setor, assim como o de Materiais de Construção e o de Veículos, Motos e Peças, foram os grandes beneficiados pelas medidas de redução de IPI do governo federal. Como a planilha demonstra dois apresentaram significativas avanços, ao passo que o de Materiais de Construção ainda patina, é bem verdade que sai de uma queda acumulada de -10,2% até junho, para queda de -6,7% até setembro já é um alento que os números podem zerar até o final do ano. “Crescimento” nulo ou pífio é melhor do que qualquer pequena queda.
Dados das vendas de materiais de construção no estado de São Paulo no mês de outubro revelam aumento de 2,44%, na comparação com setembro. Já na comparação com outubro de 2008, entretanto, o setor apurou queda de -12,59%. Essa queda vertiginosa em relação ao ano passado de deve, sobretudo a greve bancário que se estendeu por mais de 12 dias, trazendo imensos prejuízos, principalmente para as chamadas “lojas de bairro”, nas quais os consumidores classe C,D,E não contam com recursos como cartão, cheques e financiamentos. Em comunicado, a Abramat informa que a previsão para as vendas do setor em 2009 continua apontando para queda de -5% frente a 2008, número que pode ser revertido:
(1) Com o pagamento do décimo terceiro;
(2) Com a restituição do IRPF (mais de 1,0 bilhão de reais);
(3) Com o otimismo do consumidor;
(4) Com propagandas das revendas focando na realização do sonho de construção e reforma da casa;
Mesmo com a redução do IPI para 30 linhas ou itens, alguns materiais tiveram aumentos expressivos, a indústrias de PVC e de produtos feitos com alumínio, cobre e zinco sofreram reajustes de 12% e, até outubro, terão novos reajustes de 20%, totalizando um impacto de 30% em três meses. Além de tubos e conexões, estão sofrendo o impacto insumos de construção como janelas de alumínio, fechaduras, torneiras, pás de pedreiro, carrinhos de mão, enxadas, além é claro de produtos que dependem de embalagens como tintas por exemplo. o reajuste é explicado pela pressão do mercado internacional influenciada pela crise econômica, a despeito do dólar estar em baixa, essas indústria diminuíram bastante a produção e agora com o aquecimento das vendas mundiais, não há oferta suficiente.
Para esse último bimestre de 2009, a tendência é de crescimento mais significativo das vendas. Tradicionalmente, a proximidade do fim do ano gera bons negócios para o setor. Diante disso, as expectativas dos lojistas e de representantes do setor são de que o comércio baiano deverá encerrar 2009 acumulando crescimento ainda que pequenos.
Do lado das perspectivas, a Bahia gerou 7.443 novas vagas de emprego com carteira assinada, acumulando 62.183 novos postos formais nos dez primeiros meses de 2009. As informações são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego.
O resultado de outubro foi recorde histórico registrado pelo Caged para esse mês, sendo significativamente superior ao saldo registrado no mesmo mês em 2008, quando a Bahia eliminou 6.446 empregos. O setor de Serviços criou o maior número de vagas no mês 2.834, seguido do Comércio 2.592 e da Indústria de Transformação 2.117 postos. Em contraposição, a Agropecuária foi o único setor com resultado negativo, significativos -2.427 postos.
O resultado colocou a Bahia na quarta colocação entre os estados nordestinos, correspondendo a cerca de 15,1% do total dos postos de trabalho formais criados na região, atrás de Pernambuco (11.623), Ceará (11.044) e Alagoas (7.905). Já na comparação com os 26 estados brasileiros mais o Distrito Federal, no mês, a Bahia classificou-se como o décimo maior saldo, atrás de São Paulo 69.146, Rio Grande do Sul 19.596, Rio de Janeiro 16.705, Santa Catarina 16.142, Minas Gerais 15.898, Paraná 13.427, Pernambuco 11.623, Ceará 11.044 e Alagoas 7.905.
A distribuição dos novos empregos entre a região metropolitana e o interior do estado ficou equilibrada este mês. O interior do estado registrou um saldo de 3.834 empregos, o que equivale a 51,5% do total estadual. A Região Metropolitana de Salvador (RMS) gerou 3.609 postos de trabalho com carteira assinada, representando 48,5% do saldo de empregos baiano. Dentre os municípios da RMS, Salvador (3.337) e Lauro de Freitas (928) foram os maiores geradores de postos de trabalho com carteira assinada no mês. No grupo dos municípios pertencentes ao interior do estado, destacaram-se Feira de Santana 1.354 e Itapetinga 655.
Em resumo, mais emprego gera dinheiro em circulação, somados ao décimo e a restituição do “leal” a estratégia que tem que permear é atrair o consumidor para loja, a briga maior, eu entendo que passa a ser mais entre os setores, do que dentro dos próprios setores, ou seja, o consumidor com dinheiro na mão, ou crédito disponível, vai gastar ou com eletrodoméstico, ou vestuário, ou celular, ou MATERIAL DE CONSTRUÇÃO entre outros bens. Os setores que mais fazem propaganda (móveis e eletrodoméstico, carros e motos e vestuários) consequentemente vão sem os que mais vão lucrar.
O setor de MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO ainda carece de grandes empresas que possam fazer propagandas massiçamente de forma a encantar o consumidor a priorizar a construção e reforma do lar em detrimento de outros bens de consumo. Talvez por isso o setor vem apresentando índices negativos e demorando tanto na retomada de crescimento.
Fonte: SUPERINTENDÊNCIA DE ESTUDOS ECONÔMICOS E SOCIAIS DA BAHIA. Salvador: SEI, 2009