terça-feira, 27 de outubro de 2009

ECONOMIA BAIANA PRIMEIRO SEMESTRE/09 E PERSPECTIVAS PARA O SEGUNDO SEMESTRE/09.

Análise do desempenho das economias brasileira e baiana no primeiro semestre de 2009, e as expectativas para o segundo semestre de 2009, levando-se em conta os “pequenos” sinais de retomada da atividade econômica do país, após a crise financeira internacional.
Começando pela ordem, a produção industrial baiana acumulou taxas negativas de -10,2% nos primeiros seis meses de 2009 em relação ao mesmo período de 2008, ou seja, de janeiro a junho. E queda de -5,0% nos últimos 12 meses.
O ritmo de queda da produção baiana nesse primeiro semestre de 2009 é atribuído ao comportamento negativo apresentado pela indústria extrativa (-5,6%) e pela indústria de transformação (-10,4%). O acentuado declínio desse último setor veio de seis das nove atividades pesquisadas, com destaque para: refino de petróleo e produção de álcool (-25,5%), procedente da queda na produção de óleo diesel e outros óleos combustíveis e nafta para petroquímica; metalurgia básica (-23,8%), proveniente da redução da barra de ferro, perfis e vergalhões de cobre e lingotes, blocos tarugos ou placas de aços ao carbono; produtos químicos (-5,9%), em função do declínio de dióxido de titânio e hidróxido de sódio (soda cáustica) ou de potássio. As maiores contribuições positivas foram observadas em alimentos e bebidas 2,8% e minerais não metálicos 7,4%, em conseqüência do aumento na fabricação de farinhas e “pellets” da extração do óleo de soja bruto; e massa de concreto preparada para construção (concreto usinado) e ladrilho e placa cerâmica, respectivamente.
O principal reflexo dessa retração na atividade industrial, foi a diminuição do nível de emprego no setor. Segundo a Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salários (PIMES) do IBGE, no final do primeiro semestre/09, o nível de pessoal ocupado acumulado decresceu 2,7%.
Agora vamos falar do nosso setor, o volume de vendas do comércio varejista nacional, na comparação com igual período do ano anterior (janeiro a junho/09 x janeiro a junho/08) teve crescimento acumulado de 5,6%. No primeiro semestre deste ano, o comércio acumulou crescimento de 4,4%, enquanto nos últimos 12 meses, esse crescimento foi de aproximadamente 6,0%. Dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), realizada pelo IBGE.
A desaceleração verificada no ritmo de crescimento das vendas provém das restrições ao crédito, dado o aumento da inadimplência tanto no comércio varejista como no mercado financeiro, e da deterioração da confiança dos consumidores.
Falando da BAHIA, o comércio varejista, segundo dados da PMC, apresentou crescimento acumulado de 4,6%, em comparação com igual período de ano anterior. Já em relação aos últimos doze meses o crescimento registrado foi de 6,3%,
Variação no Volume de Vendas no Varejo - BAHIA 2009
Classes e gêneros 1*semestre 12 meses
Comércio Varejista 4,6 6,3
Combustíveis e Lubrificantes 0,9 5,8
Hipermercados, Supermercados, produtos Alimentícios, Bebidas e Fumo 7,1 5,9
Hipermercados e Supermercados 5,9 4,5
Tecidos, Vestuário e Calçados -3,8 -5,1
Móveis e Eletrodomésticos -1,3 5,8
Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos 7 8,7
Livros, jornais, revistas e papelaria 10,1 21,8
Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação -26,6 -11
Outros artigos de uso pessoal e doméstico 38,3 32,7
Veículos, Motos e Peças 5,3 6,3
Materiais de construção -10,2 0,3

O setor de Construção Civil na Bahia acompanhou a expansão do setor em todo o País. Em 2008, o PIB do setor no Estado cresceu 8,4%. No primeiro trimestre de 2009, o crescimento foi de 0,6%. Já o número de vagas formais da construção civil na Bahia, no primeiro semestre de 2009, foi igual a 6.602, correspondente a 36,8% do total de vagas de emprego formais da Bahia. Ainda assim, na verdade houver uma redução de -43,7% no número de empregos gerado pela construção civil em relação ao mesmo período de 2008.
A Região Metropolitana de Salvador, no primeiro semestre de 2009, foi responsável pela criação de 3.992 vagas formais de trabalho. O valor total de financiamentos imobiliários (construção, reforma e aquisição), com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), foi de R$ 357 milhões, de janeiro a maio de 2009. Esse volume financeiro, fez da Bahia o estado com maior participação (34%) do total de financiamentos imobiliários no Nordeste. Em relação ao Brasil, a participação da Bahia foi de 3,2%, ficando atrás de SP, DF, RS, RJ, MG, PR e SC.
Foram liberados pela Prefeitura de Salvador de janeiro a julho de 2009, 1.026.261,84 m², enquanto que no mesmo período de 2008 foram liberados 1.759,471,62 m², retração de -41,67%. O consumo de cimento no ano 2008 aumentou 10,5% com relação a 2007, (Dados do Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC)). Já no período de janeiro a abril de 2009, em relação à igual período de 2008, houve uma redução de -4,2% no consumo.
Trabalho, emprego e renda - A tímida recuperação do mercado de trabalho no primeiro semestre de 2009 pode não ter sido a esperada, no entanto, a retomada na margem do nível de atividade no segundo trimestre cria expectativas de expansão da oferta de vagas de trabalho nesse segundo semestre. No final do primeiro semestre de 2009, o mercado de trabalho experimentou reduções na taxa de desemprego e aumento da oferta de ocupações com incremento nas ocupações formais. De janeiro a julho de 2009 o saldo de carteiras assinadas (empregos – desempregos) alcançou 437.908 postos de trabalho, equivalendo a uma variação positiva de 1,4% no acumulado do ano. Para a Região Metropolitana de Salvador (RMS), a taxa de desocupação em julho de 2009 foi de 11,4% contra 12,1% em julho de 2008, representando uma queda de 0,7%. Com relação ao emprego formal, tendo por base os dados do CAGED para a Bahia, verifica-se um saldo de 23.098 vagas com carteira de trabalho assinada geradas no primeiro semestre de 2009. O total de admissões (298.712) superou o total de desligamentos (275.614) acumulados no semestre.
No lado do rendimento, os indicadores demonstram que a renda dos trabalhadores baianos não apresentou grandes perdas durante o ápice da crise econômica, inclusive, em conjunto com outras medidas de incentivo ao consumo, como, por exemplo, a redução de IPI sobre alguns bens de consumo (automóveis, eletrodomésticos e Materiais de construção), contribuíram para estimular a demanda doméstica. Os resultados da PED mostram que a massa de rendimentos médios reais dos ocupados registrou aumento em junho de 2009 de 2,2% em relação ao mesmo mês de 2008, confirmando a manutenção do poder de compra dos consumidores.
Nos últimos dias, a greve dos bancários brecou um pouco o bom ritmo de expansão que o mercado vinha apresentando desde meados de agosto, mas as expectativas para o final do ano voltam a ser as melhores possíveis.
O Brasil, a Bahia e seu comércio varejista, com destaque para nosso seguimento de Material de Construção, demonstraram que estão bastante amadurecidos e preparados, tanto do ponto de vista, vocacional, como pelo empreendedorismo dos que abriram novas lojas, e ao mesmo tempo pela cautela de outros, para enfrentar momentos de turbulências econômicas, como dessa maldita crise, que já vai passando sem deixar saudades.
O final de ano vem ai, com 13*, férias, parcelas de restituição de IR, maior expansão de crédito tanto para pessoas jurídicas como física dentre outras situações que aquecerão a economia. É hora dos que estavam chorando colocar o lenço de lado, e dos que estavam apreensivos voltar a sorrir. É preciso está atento para a reposição de estoques, pois o programa “minha casa, minha vida” estar gerando uma demanda muito grande em itens como cimento, ferro, madeira, PVC, entre outros, e pode haver falta de produtos e conseqüentemente aumento de preços. Portanto é bom se antecipar aos fatos para não ficar chupando o dedo na hora de comer o bolo.