quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Momento Econômico da Bahia - junho/09

Conforme previsão feita no artigo publicado nesse conceituado Jornal, EDIÇÃO 549, de 24/07/09, as vendas do comércio baiano cresceram 7% no mês de junho, em relação à igual período do ano passado. Já na comparação com o mês anterior, maio/09, a variação foi de (-1,2%), de acordo com dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), realizada pelo IBGE e analisada em parceria pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI).
A expansão de 7% do comércio da Bahia, foi maior do que a média nacional, que ficou em 5,6% frente a 2008. Ficando inclusive a frente de estados do porte de Minas Gerais 3,7%, Rio de Janeiro 4,2% e Paraná 6,3%. A taxa de expansão do comércio varejista da Bahia, no mês junho foi uma das mais expressivas do ano, ao lado da expansão de abril, também de 7%. Segundo avaliação do secretário do Planejamento, Walter Pinheiro, “o aumento do crédito para financiamento, o aumento do emprego formal e as medidas de desoneração fiscal para determinados segmentos do varejo contribuíram para impulsionar o consumo”.
“As taxas de recuperação do comércio varejista baiano indicam uma recuperação da nossa economia frente à crise econômica internacional. E começa a ficar claro que encerraremos o ano com a franca retomada do crescimento e incremento dos investimentos do Estado” palavras do secretário.
No primeiro semestre de 2009, em comparação com o mesmo período do ano passado, o comércio baiano acumulou crescimento de 4,6%. As principais contribuições positivas nesse período vieram dos ramos de outros artigos de uso pessoal e doméstico, hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, livros, jornais, revistas e papelaria e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, setores cujas vendas são bastante influenciadas pela renda dos consumidores.
Em junho/09 comparado com junho/08, houve expansão em cinco dos oito ramos de atividade que compõem o indicador. Os principais destaques foram os segmentos de outros artigos de uso pessoal e doméstico 27,8%, seguido de livros, jornais, revistas e papelaria 12%, hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo 11%, móveis e eletrodomésticos 10,2% e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos foi de 6,7%.
O ramo de hipermercados, supermercados, produtos, alimentícios, bebidas e fumo, responde com 40% da formação da taxa geral e as sucessivas expansões, com destaque para os meses de abril/09 e junho/09 contribuíram para o bom resultado geral da taxa. Já nos ramos que não integram o indicador do varejo, mas são pesquisados – veículos, motocicletas, partes e peças – as vendas aumentaram 24,9%, enquanto as de material de construção permaneceram registrando queda de -5,7%. As contribuições negativas para o indicador vieram de equipamentos e materiais para escritório informática e comunicação, -43,4%, tecidos, vestuário e calçados, -3,2%, e Combustíveis e lubrificantes, -0,7%.
O ramo Materiais de Construção mesmo com a queda de -5,7% registrado em junho/09 em comparação com junho/08, vem demonstrando reação, uma vez que “as quedas” vêm diminuindo, em abril houve queda de quase -12%, em maio recuou para um pouco mais de -9%, em junho -5,7%, e acredito que, se não já a partir de julho, com certeza em agosto o setor já apresentará crescimento frente ao mesmo mês de 2008.
Os números de emprego e desemprego na Bahia em julho/09 apresentaram incremento de 9.792 empregos celetistas, um crescimento de 0,72% em relação ao estoque de assalariados com carteira assinada do mês de junho/09. O saldo de julho foi obtido pela diferença entre os 57.724 trabalhadores admitidos menos os 47.932 desligados. Segundo análise da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED/ MTE), este resultado foi o melhor dos meses de julho já registrados pelo CAGED na Bahia e o segundo melhor resultado do País, atrás apenas de São Paulo que gerou 52.811 postos de trabalho. O saldo positivo da Bahia decorreu, principalmente, da expansão nos setores da construção civil com 3.824, devido principalmente a construção de moradias do programa “minha casa minha vida” do governo federal, dos serviços com 2.532, da Agropecuária com 1.470 postos, da indústria de transformação com 995 e por fim do comércio varejista com 980.

A construção civil, representou 39% dos empregos gerados, e setor de serviços 26%. A Região Metropolitana de Salvador contribui com 4.894 empregos, equivalendo a aproximadamente 50,0% do total estadual e o interior gerou 4.898 postos, ou seja, os outros 50,0%. Entre os municípios com mais de 30 mil habitantes, os dez maiores saldos foram em Salvado 3.761, Casa Nova 1.227, Juazeiro 863, Lauro de Freitas 708, Barra do Choça 627, Camaçari 357, a nossa querida Feira de Santana 309, Jequié 298, Maragogipe 241, e Vitória da Conquista 194.

Os dados de geração de emprego em julho/09 estão com certeza antevendo o resultado de mais uma forte expansão que o comércio varejista baiano deverá apresentar a partir desse segundo semestre. O dado preocupante, principalmente para o setor de materiais de construção, é que boa parte das industrias, talvez 90%, não investiram em expansão de produção, e com a aceleração das obras de moradias para o projeto “minha casa minha vida” pode haver falta de produtos no mercado. Como quem avisa amigo é, sugiro que os lojistas e construtores comecem a planejar seus estoques e compras de final de ano desde já, para na hora do aumento das vendas não ficarem “chupando o dedo” sem mercadorias para vender.
O cavalo ta passando selado, aqueles que souberem montar, com certeza, terão muito que comemorar com as vendas do segundo semestre, os quem não souberem, ou dormirem no ponto, vão continuar chorando e reclamando da crise econômica, e ai, não tem papai Noel que ajude.

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